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projeto SOCIAL

ÚLTIMOS SOCORROS

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"Há algo de errado na forma que lidamos com a APROXIMAÇÃO DA morte e precisamos fazer alguma coisa para mudar isso" 
Sallnow, 2021

FINALIDADE DO PROJETO

 

A ideia principal desse projeto é criar uma cultura de educação sobre o que fazer no processo de morte e diante a morte das pessoas. Ensinando o que acontece perto da morte, o que dizer para a pessoa e como dar o suporte adequado, tendo em vista  que essas conversas sobre morrer, são tão importantes quanto o nascer, para todos nós durante a vida.

 

Acontece que nunca falamos sobre o tema ou não nos preparamos para esse fato, às vezes por tabu social ou por questões culturais, e isso pode ser bastante prejudicial psicologicamente, economicamente e por vezes até juridicamente, para os ente queridos que ficam, que não sabem como lidar com tudo isso. E como não estão preparados, não fazem nenhum plano, não sabem como agir, nem sequer chegam a fazer uma despedida adequada com alguém que nunca mais terá a oportunidade de conversar novamente.

 

Então, precisamos encontrar maneiras de integrar esse tema no nosso dia a dia, preparando e orientando o enfermo e os familiares para todas as situações que terão que lidar diante de um fato inesperado ou de fato já esperado:

Durante o processo:

  • Quais os direitos do enfermo que o governo precisa honrar

  • Quais as providências o enfermo precisa se preocupar antes que perca sua capacidade de raciocínio:

    • Preparar um testamento expressando seus desejos

    • Informar sobre contas a pagar 

    • Informar sobre contas a receber

    • Passar controle de contas bancárias e senhas

    • Passar controle de contas e senhas de redes sociais ou encerrar contas

    • Falar suas últimas determinações para familiares

  • Qual o direito do cônjuge vivo em caso de morte

  • Quais os direitos dos filhos 

 

Logo após o falecimento:

  • Quais os procedimentos a serem feitos logo após a declaração da morte

    • Comunicar parentes e amigos

    • Providenciar certidão no cartório

    • Levar documentos para órgão que fará o traslado até o cemitério

    • Negociação direta com as funerárias

  • Quais serviços pagos e gratuitos estão disponíveis na cidade para o velório e funeral

  • Como adquirir o direito a sepultura no cemitério

 

Após o enterro do falecido:

  • Informar oficialmente bancos

  • Informar empresa de cartão de crédito

  • Informar oficialmente todos os órgãos que possam ter implicações jurídicas

  • Providenciar as devidas procurações  dos familiares para outras providências

  • Providenciar o inventário dos espólios do falecido:

    • Prazo para fazer inventário

    • Quais os tipos de inventário

    • Passo a passo de todas as etapas

    • ideia de custo de acordo com o estado 

 

 

COMO É O MORRER?

 

Algumas pessoas acreditam que o processo de morte se inicia assim que nascemos. Afinal, a cada dia que passa, estamos mais próximos de morrer, tendo em vista que nossas células morrem todos os dias para o processo de renovação celular e os nossos órgãos também envelhecem todos os dias.

 

Dependendo do tipo de doença, do poder aquisitivo, do avanço da medicina e outros fatores como alimentação, postura positiva diante da situação, apoio da família, para algumas pessoas o morrer pode levar muito tempo. E esse tempo é que deve ser melhor gerenciado pelos familiares para dar uma morte digna ao ente querido e com todo o conforto que ele merece, se sentindo amparado, amado e conformado com tudo que se passou em sua vida para que possa morrer em paz.

A PROPOSTA DESSA AÇÃO

 

Usando o mesmo conceito da alfabetização em saúde, que nos ensina sobre a importância da dieta e dos exercícios físicos para estar sempre prevenido em caso de aparecimento de  doenças, no caso da aproximação da morte, a proposta é educar os pacientes e familiares a fazerem planos para o futuro, até mesmo para o paciente avisar com antecedência as pessoas próximas, caso ele não possa decidir na hora, por exemplo, se ele não quer ir para um hospital nos últimos momentos, e se for, se ele quer ir para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou não deseja fazer algum tratamento específico.

 

A vontade do paciente que é comunicada com antecedência e em plena consciência, deverá ser soberana, devendo ser respeitada em todos os momentos, tendo em vista que o mesmo pode não ter mais controle sobre o seu corpo e suas próprias necessidades, mas não foi e não é um ser desprezível: ele tem uma história, teve um pai, uma mãe, é  irmão ou amigo de alguém, muitos possuem esposa ou esposo, filhos e netos. Sem contar, que a nossa consciência, muitas vezes, permanece intacta até em estado de coma, fazendo com que o paciente perceba e sinta tudo o que está acontecendo ao seu redor.

 

O MEDO DA MORTE

 

A possibilidade da chegada da morte é amedrontadora, principalmente porque é um evento único e desconhecido, que quebra um paradigma muitas vezes de mais de 100 anos. Em que a pessoa a vida toda foi independente, com força, autonomia, com total controle do corpo e tomando suas próprias decisões. De repente, ela perde o controle de todas essas coisas que sempre foram importantes para ela e passa a ser dependente dos outros. Toda uma narrativa de vida autônoma, agora lutando para continuar a respirar por mais um pouco de tempo, sem previsão de normalidade e sem garantias de vida definidas. Não tem como não ter medo, mas tem como ser melhor administrada psicologicamente para se morrer em paz.

 

ENTENDENDO A MORTE

 

A morte é um evento tão importante na humanidade, quanto o nascer de uma criança. A diferença é que uma criança tem todo o mistério da expectativa de futuro para trilhar, enquanto a morte, a pessoa tem todo o mistério de sua vida revelado através da sua história.

 

Existe um padrão do que acontece quando a pessoa está nas suas últimas horas de sua vida. Ocorre uma alteração no ritmo da respiração, há mudanças de fala e outros detalhes muito comuns. Mas, se a pessoa que cuida do enfermo e o acompanha diariamente nunca viu isso antes, ao presenciar essas mudanças de forma repentina, essas cenas podem ser assustadoras. E isso faz com que os amigos e familiares enviem a pessoa que está morrendo para o hospital, porque há uma ideia de que essa mudança de padrões do corpo não é natural.

 

HUMANIZANDO A MORTE

 

Entender como a comunidade, as relações e os contatos diretos com o enfermo são promotores de saúde é muito importante, porque o que acontece hoje em dia é que nós transferimos a responsabilidade de cuidar da pessoa para o sistema de saúde, quando o fim da vida pode acontecer no conforto de casa em muitos casos.

 

Era assim antigamente quando ocorria os nascimento de bebês em casa, feito por parteiras que se trancavam nos quartos com as parturientes, e  toda família sabia do que se tratava e aguardava do lado de fora o ouvir do primeiro choro da criança, para logo em seguida comemorar o nascimento de mais um membro da família. Era tudo muito natural e corriqueiro.

 

Não é que a pessoa ao chegar ao fim da vida não precise de médicos e de hospitais. Precisamos, sim, de medicações, cuidados paliativos e suporte à saúde na hora da morte, mas isso não pode ser a única coisa que deve ser oferecido ao enfermo. Uma família consciente, e ciente do que é o morrer,  sempre estará no centro de tudo, e pode sim tirar o controle de médicos e enfermeiros do leito de um hospital e assumir as responsabilidades por uma morte do seu familiar no seio da família, como foi o nascer, ao lado dos que sempre amou e das pessoas que mais o amam.

 

DANDO UM MAIOR SENTIDO A MORTE

 

Como  já foi dito, é claro que o indivíduo precisa desses cuidados, de remédios para a dor, de uma boa cama para minimizar o sofrimento. Mas tudo isso são apenas ferramentas, uma maneira de dar um maior sentido à morte é garantir que elas tenham boas conversas com familiares e amigos, para que possam refletir sobre o sentido da vida e se preparar para morrer. Essas sim são as coisas de grande valor que deverão ser deixadas e levadas como melhores fatores existenciais e significativos da vida

 

UM NOVO MODELO DE SAÚDE

 

Desde que a medicina moderna passou a ter um alcance social mais abrangente, há uma medicalização no nascimento e também na morte. É claro que, em ambos os casos, a medicina é um componente fundamental, mas não podemos nos esquecer da importância da família e dos relacionamentos próximos nesses momentos cruciais que também fazem parte da sociedade, e Isso revela a necessidade de um novo modelo de saúde que não considere somente os leitos de hospitais, mais também o seio da família..

 

Estar com uma doença crônica ou doente próximo da morte, é uma condição crítica de saúde, assim como a obesidade, tabagismo, transtornos mentais e várias outras condições em que a prevenção e  terapias alternativas são muito mais relevantes que o tratamento em si. Por isso, levar o esclarecimento desses temas à sociedade em geral e incluir a família do doente no processo dos últimos socorros, também é uma multidisciplinaridade. Trazê-lo de volta ao seu lugar seguro, onde ele sempre viveu, de onde nunca ninguém quer sair, de sua própria casa.

 

TERAPIA  AOS QUE FICARAM

 

Em algumas culturas falam sobre a morte de forma bem aberta. Há lugares que fazem funerais públicos, promovem conversas sobre o que há depois da vida e preparam as pessoas sobre o que é morrer. um exemplo clássico de celebração daqueles que já se foram acontecem no México, e no Japão. No caso do México, os familiares e amigos se reúnem para celebrar e recordar aqueles que já se foram, enquanto que no Japão, as pessoas fazem cerimônias para honrar e lembrar dos antepassados.

 

Esses são só alguns poucos exemplos de culturas mais abertas, mas existem também outros lugares em que amigos e familiares visitam os túmulos e conversam constantemente sobre a pessoa que morreu, até no sentido de mantê-la viva na forma de memórias coletivas. Tudo isso funciona como uma terapia familiar para os que tiveram que passar pela morte de um ente querido, e que também um dia morrerão e serão lembrados pela sua próxima geração familiar.

                                                                                         

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Este projeto social é baseado no artigo "Trazendo a morte de volta à vida", publicado no The Lancet, um dos principais periódicos científicos do mundo. Que tem como autora principal a médica inglesa Libby Sallnow, 2021.

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"PROJETO EM DESENVOLVIMENTO"

Por Joel Sarmento Barros:

Engenheiro, Biomédico, Homeopata, com atuação em: Medicina Germânica, Terapia Homeopática, Terapia Integrativa, Psicossomática,  Acupuntura Holística, Teologia Holística,  e Aconselhamento Social. Membro Perpétuo do ITR para Ação Social mundial, Membro da Associação Brasileira dos Terapeutas Holísticos, Membro do Brasil Terapias, Membro dos Terapeutas em Ação na Organização das Nações Unidas. 

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